A volta do Mambembão
Com o objetivo de divulgar grupos de dança e teatro de outros estados,
a FUNARTE resgata o Projeto Mambembão para circulação de
produções criadas em diferentes regiões do Brasil.
A finalidade
da Mostra Nacional Funarte de Dança e Teatro/Mambembão 2012, realizada pelo
Centro de Artes Cênicas da FUNARTE, é trazer para o Rio de Janeiro, considerado
um dos maiores pólos culturais do país, grupos de teatro de outros estados do
Brasil (que geralmente não conseguem apresentar seus trabalhos no Sudeste), e
que se destacaram com suas montagens obtendo sucesso de público e crítica. Essa
Mostra tem como finalidade ser um Piloto do Projeto Mambembão,
realizado na década de 70/80, pelo Serviço Nacional de Teatro/SNT do Ministério
da Educação e Cultura que fomentava a circulação dos espetáculos das 5 regiões
do Brasil. A FUNARTE pretende lançar esse Programa através de um edital que irá
contemplar produções independentes ou de Grupos e Cias (de Dança ou de Teatro)
para circular pelo país.
A FUNARTE
pretende com o Mambembão dar acesso ao público de espetáculos produzidos em
outras regiões do país, destacando a diversidade das manifestações artísticas na
área da dança e do teatro.
“O Mambembão
marcou época nos anos 70 e 80. A Funarte, ao reeditar o projeto, abre espaço ao
talento e a criatividade de artistas do país inteiro. É também uma forma de dar
visibilidade a grupos de dança e de teatro, que muitas vezes têm um trabalho de
destaque nas suas cidades de origem, mas que nem sempre conseguem se apresentar
em outras regiões do Brasil”, afirma o presidente da Funarte, Antonio
Grassi.
Esta Mostra
promove o intercâmbio entre os Grupos e Companhias participantes e os
profissionais de Dança e Teatro residentes no Rio de Janeiro, assim como também
junto aos profissionais da imprensa especializada.
A curadoria na
área de dança foi realizada pela produtora Regina Levy e na área de teatro pelo
crítico teatral Macksen Luiz.
A programação
acontecerá no período de 23 de fevereiro a 01 de abril de 2012, assim definida:
Dulcina:
· 4 espetáculos de teatro
· 2 espetáculos de dança
Cacilda Becker:
· 4 espetáculos de dança
· 2 espetáculos de teatro
Glauce Rocha:
· 3 espetáculos de teatro
Os espetáculos selecionados
são:
Dança
“Perfume Para Argamassa”
(GO)
23/02 a 26/02
– Teatro Dulcina
Um ensaio
poético e visual, por meio de imagens e movimentos. De forma propositiva, incita
diálogos sensoriais com o objetivo de indagar sobre lugares que abrigam e
impulsionam a dança, e reflete sobre as distâncias entre arquitetura, natureza e
as ações humanas.
Parte da
interação do corpo com fotografias de espécies botânicas para transformar
espaços e superfícies, privilegiando a harmonização do corpo, do espaço e do
pensamento. Propagar o belo em dias de banalização dos valores e das relações
afetivas se torna um ato de intervenção a favor da simplicidade, do prazer e da
responsabilidade ambiental.
“O Alfaiate
de Livros”
08/03 a 11/03
– Teatro Dulcina
Trabalho
solo Otávio Bastos
O Alfaiate de Livros é um retrato autobiográfico do encontro do artista
Otávio Bastos com o universo da leitura. Filho de um bibliotecário e
encadernador de livros, Bastos conviveu com bibliotecas durante toda a infância
e brincava com as letras antes mesmo de entender seu
significado.
O espetáculo
faz parte do processo de pesquisa do cruzamento entre manifestações populares
brasileiras, tecnologia e técnicas contemporâneas de teatro e dança. Neste
trabalho é usado um vídeo-cenografia, cujas relações entre as projeções e o
solista apontam um duo virtual de dança.
“O Fio das Miçangas”
(PE)
08/03 a 11/03
– Teatro Dulcina
Trabalho
solo Otávio Bastos
O Fio das Miçangas surgiu a partir de leituras, principalmente, da obra
de Stuart Hall sobre identidade e globalização, e como culturas ancestrais são
vistas (e até utilizadas) pela cultura de massa. O trabalho aborda a concepção
de “indivíduo”.
Como se
existissem vários “eus” em contraponto a um único “eu”, por meio de um
procedimento cênico teatral ancestral, a máscara compõe um “modus corporeo”
intensificado pela performance de um DJ.
01/03 e 02/03
– Teatro Cacilda Becker
Movasse -
Coletivo de Criação em Dança
Trabalho de dança contemporânea
construído a partir de um estudo de movimento que relaciona corpo, espaço e
imagem. Através de deslocamentos no plano baixo e da escuta espacial,
organiza-se o diálogo entre a matéria coreográfica e a
improvisação.
Um duo se estabelece, contando também com a
bagagem individual de cada dançarina. A duração é de aproximadamente 15 minutos,
podendo ser realizado em espaços convencionais ou
alternativos.
“Vago” (MG)
03/03 e 04/03
– Teatro Cacilda Becker
Movasse -
Coletivo de Criação em Dança
Movimento que explora a trajetória
incerta do pouco pronunciado destino, que uma vez espalhado por vários sítios,
nenhum deles ocupa. Disponível de moradores ou inquilinos, mas, incrivelmente,
com apenas um herdeiro. Errante confuso por natureza é a primeira pessoa do
singular que no presente do indicativo vai de-vagar. E de tudo que se quer ser,
seja a morte, seja a dúvida, as palavras dançam, em inculto silêncio mal
distinto. E assim, enfim, deixa muito a supor...
Recorte autobiográfico de momentos e
imagens que combinados, quase aleatoriamente, resultam na definição poética de
vago.
“1(Uma)”
(SC)
08/03 e 09/03
– Teatro Cacilda Becker
ARCO
Projetos em Arte
1 (UMA) investiga na cena a multiplicação de personagens
estereotipados, por meio de um jogo que oscila entre a presença ao vivo da
performer com sua imagem projetada em tela. Jogo que também oscila entre o
movimento figurativo e o movimento abstrato, entre a conservação e a superação
de personagens.
O troca-troca
de identidades provoca a sensação de se estar presente diante de um “eu”,
diluído e artificial, ao mesmo tempo real e fictício, motivando questionamentos.
Quantas identidades assumimos durante a nossa vida? Qual é a verdadeira? Existe
uma mais verdadeira que a outra? O que a imagem consegue reter? Será que um
retrato consegue captar e registrar as sutilezas de nossa “interioridade”? Ou
uma foto consegue apenas revelar uma mímica, gerando uma estranha (e
assustadora) sensação de afastamento entre imagem e ser?
“Somático”
(SC)
10/03 e 11/03
– Teatro Cacilda Becker
ARCO
Projetos em Arte
Somático dá continuidade à pesquisa artística de Monica
Siedler e Roberto Freitas, que investiga, na cena, a relação entre corpo e
live act, termo que significa criação baseada no improviso em tempo real
de vídeo e áudio. Neste contexto, a imagem é pensada enquanto aleteio, espaço de
transcendência, onde o que é visto ultrapassa a superfície da própria imagem e
se desdobra em conteúdos não premeditados.
Pequenas
narrativas confundem-se e perdem-se diante de um espaço vazio e
descontextualizado.
“Rastros Híbridos”
(AM)
15/03 a 18/03
– Teatro Cacilda Becker
Índios.com
Cia de Dança
Em Rastros híbridos, a arte
rupestre participa como marcador de territórios e mudança de comportamentos a
cada novo território, construído pelas intérpretes do espetáculo, propondo uma
nova postura, um novo olhar/pensar o mundo do indígena. A trilha sonora é tocada
ao vivo e valoriza o tambor, elemento principal no processo de revalorização da
cultura Kali’na.
A temática
proposta vem colaborar no entendimento das relações entre a arte de espetáculos
e a questão do regionalismo. Diversos conflitos de identidade que ocorrem nos
povos indígenas acarretam em perdas fatais, como suicídios, principalmente, de
jovens indígenas. O espetáculo fomenta a discussão sobre as relações da
sociedade ameríndia Kali’na com outras culturas, questionando de que forma o
corpo ameríndio se insere e se relaciona com a
contemporaneidade.
“Saudade”
29/03 e 30/03 – Teatro Cacilda
Becker
Companhia
Dezeo Ito
Em Saudade, por meio
da linguagem universal da dança, Cathy Pollini busca traduzir o significado da
palavra. Saudade é uma palavra que só existe na língua portuguesa.
A partir de
entrevistas, verdadeiras e imaginárias, a intérprete “dança” a saudade que
existe no palco por estar só em cena.
“Sol” (BA)
31/03 e 01/04
Teatro Cacilda Becker
Companhia
Dezeo Ito
Sol é um espetáculo solo criado por Cathy Pollini para o
francês Guillaume Lauruol. Na concepção do trabalho, a artista integra o
significado de sol em português com o francês “le sol”, que significa o chão, a
terra. Guillaume, quase um brasileiro, dança para sentir a terra escolhida sob
seus pés, para imaginar a terra dos deslocamentos, desenhando um novo percurso
com som e vídeo.
Teatro
“Pólvora e
Poesia” (BA)
23/02 a 26/02 – Teatro Cacilda
Becker
Hiperativa
Comunicação e Cultura
Pólvora e poesia vai além de uma história amorosa e estética de
encontros e desencontros entre dois grandes escritores do final do Século XIX:
Arthur Rimbaud e Paul Verlaine, vividos pelos atores Talis Castro e Caio
Rodrigo, respectivamente. Rimbaud, um poeta rebelde, de ideologias que fervilham
originalidade e personalidade, esfacela a todo instante o discurso socialmente
arranjado de Verlaine.
No texto
impactante, a carga poética da peça fica por conta da violência emocional com
que o lirismo salta dos discursos travados para tomar forma por meio de
movimentos corporais pontuados pelos riffs de guitarra. O espetáculo
convida a uma imersão no encontro conflituoso com o próprio eu. Pólvora e
poesia conquistou o Prêmio Braskem de Teatro 2011, nas categorias direção e
espetáculo adulto.
“Heróis, O Caminho do Vento”
(BSB)
01/03 a 04/03 – Teatro
Dulcina
Grupo
Cena
Heróis, o caminho do vento (Le vent des peupliers, no original
francês), de Gerald Sibleyras, apresenta três personagens, ex-combatentes da
Primeira Guerra Mundial, que esperam a morte num abrigo geriátrico, onde se
relacionam fina ironia, demonstrando comportamentos absurdos para os olhos das
pessoas ditas normais.
Fernando tem um estilhaço de granada
incrustado no crânio que o faz perder a consciência de vez em quando. René sofre
de uma lesão na perna que o impede de caminhar bem. Gustavo tem o orgulho ferido
por ter sido abandonado por uma mulher. Na conversa diária, são acompanhados
pela estátua de um cachorro que, longe de ser um convidado de pedra, se integra
ao grupo até o ponto de transformar o trio incomum em um insólito quarteto.
René, Gustavo e Fernando já não estão
subordinados a uma figura militar de maior patente. Agora têm que lidar com a
autoridade de uma freira em um regime de vida pleno de restrições e
reconciliações. O espetáculo é uma experiência de amizade. Os três personagens
se unem, com humor e poesia, para combater um inimigo comum: a velhice, o tédio
e o esquecimento.
“DentroFora” (RS)
15/03 a 18/03 – Teatro
Dulcina
Grupo
IN.CO.MO.DE-TE
A peça DentroFora é uma
metáfora sobre o ser humano contemporâneo. Conta o momento de duas
personagens, chamadas apenas Homem e Mulher, que se encontram presos dentro de
duas caixas. A peça explicita a imobilidade do ser humano perante a vida. O
espetáculo recebeu o Prêmio Açorianos de Melhor Ator 2009 (Nelson Diniz), Prêmio
Braskem de Melhor espetáculo 2010 e Prêmio Braskem de Melhor direção 2010
(Carlos Ramiro Fensterseifer).
“Isso Te Interessa?”
(PR)
15/03 a 18/03 – Teatro Glauce
Rocha
Companhia
Brasileira de Teatro
Isso te interressa? é uma adaptação de Bon, Saint-Cloud, escrito
por Noëlle Renaude, em 2009, texto e autora ainda inéditos no Brasil.
Saint-Cloud, a que se refere o título em francês, é uma pequena cidade, subúrbio
burguês parisiense, onde se pode passear aos fins de semana, para escapar da
rotina diária.
A peça é um percurso no tempo de pelo
menos três gerações de uma família — “pais, mães, filhos e cães”, que podem
fazer parte de qualquer família comum, em qualquer cidade do mundo. Nada de
especial acontece. Não há grandes eventos, apenas acontecimentos que determinam
trajetórias prosaicas das vidas dos personagens. Um pai que fuma, uma mãe que
esquece, um filho que vai embora, uma filha que fica grávida, uma mãe que se
separa, filhos que não “estão nem aí”, um pai que morre, uma filha que morre,
uma mãe que fica, uma mãe que decide morrer, um filho que volta, um filho que se
lembra, os cachorros que estão por ali, o tempo que passa, as pessoas de quem
lembramos, o lugar onde queremos ir e o lugar de onde nunca saímos. Uma lente
direcionada para a casa de uma família na qual podemos entrar. Uma máquina do
tempo que nos propõe percorrer três gerações em uma hora. Um exercício da língua
que falamos e da linguagem do teatro. Uma história que contamos de dentro e de
fora ao mesmo tempo.
“Árvores Abatidas ou Para Luís
Mello” (PR)
22/03 a 25/03
– Teatro Dulcina
Marcos
Damaceno Companhia de Teatro
Uma mulher, durante um jantar em
homenagem ao famoso ator do teatro nacional — e que faz até telenovela —,
percebe que está, na verdade, numa reunião de talentos medíocres. Arrependida de
ter aceitado o convite, e enquanto espera o famoso ator que nunca chega, ela
reflete sobre sua vida e o meio que a cerca, diante da lembrança
de uma grande amiga de todos, enterrada naquele mesmo dia.
“Outro Lado”
22/03 e 23/03 – Teatro Cacilda
Becker
Grupo
Quatroloscinco
Essa é a estória de pessoas que
compartilham alguns anos de suas vidas dentro de um pequeno espaço. Elas
poderiam ter tomado outros caminhos, talvez nunca teriam se encontrado, milhões
de combinações possíveis. No entanto, estão ali. Lá fora, o mundo está um caos e
poucos têm coragem de sair de suas casas. Mas, amanhã será um novo dia! Quando
todos viverão outra época da humanidade.
“É Só Uma Formalidade”
(MG)
24 e 25/03 - Teatro Cacilda
Becker
Grupo
Quatroloscinco - Teatro do Comum
No ringue das relações humanas, há
sempre o risco de ir a nocaute. A gente pode abandonar certas coisas. A gente
pode inventar. Afinal, a vida não é bonita o bastante.
Ao receber a
notícia da morte do pai, um homem é obrigado a retornar ao seu passado e
enfrentar suas próprias frustrações. Enquanto isso, um casal acaba de se mudar e
entre caixas, cheiros e um pedido de divórcio velado, a mulher espera que o
marido se lembre de mais um aniversário de casamento. Tratadas com ironia e
sensibilidade, estas duas situações revelam o vazio e as fragilidades existentes
por trás dos rituais do mundo civilizado.
“Essa Febre Que Não Passa”
(PE)
22/03 a 25/03 – Teatro Glauce
Rocha
Coletivo
Angu de Teatro
Cinco contos do livro Essa febre
que não passa (Clóvis, Nomes, Talvez já fosse tarde, Um tango com
Frida Khalo e Dora descompassada), da jornalista
pernambucana Luce Pereira, servem ao Coletivo Angu de Teatro como matéria-prima
para um mergulho no universo feminino. Despontam no meio da ficção, povoados por
mais de nove mulheres, momentos em que são narradas experiências pessoais das
próprias atrizes.
“Cabaré das Donzelas Inocentes”
(BSB)
29/03 a 01/04 – Teatro Glauce
Rocha
Quartinho Direções
Artísticas
Num cabaré decadente, cravado numa
cidade qualquer do Brasil, habitam quatro prostitutas, sem clientes. China é a
cafetina que nunca se relacionou com nenhum homem naquele Castelo (cabaré). Ela
cuida, como uma mãe, de mais três prostitutas: Saiana, Menininha e Cabeluda.
Cada uma delas passou por desilusões muito intensas que as levaram para a dita
“vida fácil”. Com personalidades e idades distintas, as quatro se entretém com
suas memórias, e sonham com dias melhores. Revelam suas histórias de humor e dor
em meio à música que ambienta e direciona as sensações já vividas. A esperança é
a motivação para que essas mulheres de carne e osso sigam em frente. O
espetáculo é concebido para se adaptar a diversos espaços, podendo dialogar com
diferentes platéias. Uma radiola de ficha, manuseada ao vivo, dá um charme
especial à montagem.
“Anjo Negro” (MT)
29/03 a 01/04 – Teatro
Dulcina
Cia Teatro
Mosaico
Ismael é um homem rico, poderoso, de
pele negra e que possui violentamente Virgínia, uma mulher linda, de pele
branca, que é com ele casada à força. A trama da peça é sustentada pelo
embate travado entre Virginia e Ismael, pois ela está sempre grávida
contra a sua vontade, e por isso, ela se vinga dessa condição, assassinando cada
filho negro que nasce do seu ventre. Mas Virgínia conhece Elias, um homem
branco, cuja paixão à primeira vista a impulsiona a uma explosão de sentimentos
e desejos, criando nela coragem para tornar-se livre.
SERVIÇOS:
Teatro
Cacilda Becker
Rua do Catete,
338 – RJ
Tel:
2265-9933
Teatro
Dulcina
Rua Alcino
Guanabara, 17 – Centro – RJ
Tel:
2240-4879
Teatro
Glauce Rocha
Av. Rio
Branco, 179 – Centro RI
Tel:
2220-0259
Todos os
espetáculos da Mostra serão às 19h.
Valores:
R$5,00 e R$ 2,50 (meia)
Mais
informações com Ivone Kassu ou Alessandra Costa nos telefones: 21
2522-6581/99882158/7755-1634
Comentários
Postar um comentário