Maria de Medeiros é a convidada do Provocações nesta terça-feira (27/08)
Atriz
portuguesa fala de sua carreira, da peça Aos Nossos
Filhos e do filme Repare Bem, que traz dois brasileiros perseguidos
durante a ditadura. Vai ao ar às 23h na TV Cultura.
São Paulo, 26 de agosto de 2013 - Apesar de portuguesa, Maria de Medeiros foi criada na Áustria, é casada com um espanhol, vive na França, trabalhou nos Estados Unidos e adora o Brasil. A entrevistada de Antônio Abuajmara, no Provocações, é ainda cantora, atriz internacional e diretora de cinema. O bate-papo com esta cidadã do mundo acontece nesta terça-feira (27/8), às 23h, na TV Cultura.
Maria de Medeiros, que atualmente está em cartaz em São Paulo com a peça
Aos Nossos Filhos, comenta sobre seus trabalhos em Hollywood e defende
que o ser humano tem o dever da desobediência. Além disso, conta de sua estreia
como diretora no filme Repare Bem.
Segundo a atriz, o trabalho é resultado de um convite da Comissão de
Anistia e Reparação. O filme narra a história de dois brasileiros, Denise
Crispim e do Eduardo Leite Bacuri, que foram perseguidos durante a ditadura
militar. ”Tem Denise grávida, que consegue fugir pro Chile. No Chile é apanhada
pelo golpe de estado do Pinochet e acaba na Itália. Tem 40 anos de vida de
exílio na Itália e agora retorna ao Brasil. E tanto ela como a sua filha, que é
totalmente italiana, a Eduarda, recebem essa anistia e esta reparação e de
alguma forma se reencontram com o Brasil."
Continuando seu olhar sobre tortura e ditadura, Maria revela ser uma desobediente na vida. "Acho que temos um dever de desobediência quando se atinge o que não é eticamente possível aceitar. Quando você chega a questões como a tortura, pensa: "como é possível que a gente parou para obedecer tais ordens?. E dizer ainda por cima, como desculpa: ‘Estava só obedecendo!’ Não, o ser humano tem o dever de desobediência se é um ser humano. E por isso, claro, ainda hoje defendo essa ideia."
Continuando seu olhar sobre tortura e ditadura, Maria revela ser uma desobediente na vida. "Acho que temos um dever de desobediência quando se atinge o que não é eticamente possível aceitar. Quando você chega a questões como a tortura, pensa: "como é possível que a gente parou para obedecer tais ordens?. E dizer ainda por cima, como desculpa: ‘Estava só obedecendo!’ Não, o ser humano tem o dever de desobediência se é um ser humano. E por isso, claro, ainda hoje defendo essa ideia."
Durante o Provocações, a atriz também faz uma leitura da situação política e econômica de Portugal de Salazar (que governou o país de 1932 a 1968) e seu 25 de abril; e de Portugal dos dias de hoje, um país que, segundo ela, continua sendo o primo pobre da Europa. "Creio que o 25 de abril, quanto mais o tempo passa, mais me parece um exemplo. Se fizeram tantas guerras no mundo, teoricamente em nome da democracia, e dizimando, matando populações civis, realmente Portugal indicou em 1974, com a Revolução dos Cravos, qual é o caminho da democracia, que é o do diálogo."
Apesar de ter trabalhado em Hollywood com Bruce Willis e Quentin
Tarantino, no clássico Pulp
Fiction,
e de ter contracenado com o famoso ator espanhol Javier Bardem, Maria de
Medeiros diz que não conseguiu ficar rica, pois, segunda ela, não sabe
administrar bem suas finanças.
Maria de Medeiros termina suas provocações tocando em assuntos como
prostituição: "Eu não tenho uma opinião fixa com relação à prostituição. Não sou
contra a legalização, mas também acho que o ser humano não pode ser
comercializado. Já que existe a prostituição, acho que essas pessoas devem ser
protegidas. Devem ser protegidas como outros trabalhadores, mas profundamente
sou contra qualquer comercialização do ser humano."
Antônio Abujamra ainda lê Jean Rostand durante o programa.
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