Uma perspectiva sem censura sobre o trabalho e a vida de Allen Ginsberg
Obra revela
entrevistas selecionadas do grande poeta norte americano
Allen Ginsberg
dispensa apresentações. Um dos mais famosos poetas-anarquistas contemporâneos do
século passado que influenciou ídolos do rock and roll como Bob Dylan, Beatles e
Jim Morrison. Assumindo um estilo de vida bizarro, ganhou popularidade em 1955
com o seu poema Howl.
Expoentes do movimento
literário denominado de beat, composto por um grupo de autores que trabalhavam
com poesia, prosa e consciência cultural. Ginsberg articulou e formalizou, em parceria
com Kerouac, Burroughs, Corso, Ferlinghetti, Snyder e outros, a beat. Sua
escrita, atípica, oscilava entre pólos: do mantra ao sexo explícito, do sagrado
ao profano, do espiritual ao material.
A editora Novo Século
lança neste mês a obra Mente
Espontânea, uma coleção valiosa, extensa e inteligentemente editadas de
entrevistas dadas pelo poeta entre 1958 e 1996.
De uma conversa com o
conservador Willian F. Buckley em seu programa no canal PBS, passando pelo
testemunho de defesa no julgamento dos Sete de Chicago, até o relato ardente de
sua inspiração em Cézanne, Blake, Whitman e Pound, as entrevistas colhidas em Mente Espontânea desnudam o pensamento
de Ginserbeg.
Playboy: Você
foi capaz de aceitar plenamente sua própria homossexualidade?
Allen
Ginseberg: A homossexualidade tem sido como um ko’an – um enigma Zen
para mim. Áreas inteiras referentes à minha mãe foram negadas, e me levaram a
esse caminho sexual. O enigma era: Como eu lido com minha homossexualidade? Eu a
aceito ou a rejeito ou me apavoro, ou penetro nela e descubro o que é? Outro
problema: Isto é algo público? Algo tão comum é público; algo que acontece
conosco é tão bom ou tão mal quanto algo é como assunto para a poesia. É
verdadeiro. Então posso escrever naturalmente sobre minha própria
homossexualidade. Os poemas são mal-interpretados como a promoção da
homossexualidade. Na verdade, é mais como a promoção da franqueza, sobre
qualquer assunto. Se você tem fetiche por pé, você escreve sobre os pés; ou se
você é um alucinado do mercado de ações, você pode escrever sobre o aumento de
ereções na curva de vendas no gráfico de petróleo padrão. Quando poucas pessoas
são francas com a homossexualidade em público, isso quebra o gelo; então
qualquer um pode ser honesto com qualquer coisa. Isso é socialmente
útil.
(trecho da entrevista concedida a Paul Carroll para a
revista Playboy, em 1969. Allen considerava a entrevista concedida ao jornalista
como uma de suas melhores).
Organizadas
cronologicamente e consideradas, em alguns casos, impublicáveis até então, estas
entrevistas foram conduzidas ao longo da extensa carreira do poeta. Do final dos
anos de 1950 até meados da década de 1990, Ginsberg fala francamente sobre sua
vida, seu trabalho e eventos que marcaram seu tempo, permitindo o leitor a
conhecer mais uma vez o que pensava e sentia uma das figuras mais influentes
literárias e culturais do nosso tempo.
Um verdadeiro resgate
biográfico da incrível evolução de Ginseberg!
Sobre o autor: Allen Ginsberg nasceu
em 1926, em Newark, Nova Jersey. Filho de Naomi Ginsberg e do poeta lírico Louis
Ginsberg, deixou a vida em abril de 1997. No ano de 1956, publicou seu poema
inaugural, “Uivo”, um dos mais lidos e traduzidos do século. Foi membro da
Academia Americana de Artes e Letras e nomeado Cavaleiro da Ordem das Artes e
das Letras pelo Ministério da Cultura francês, além de ter sido cofundador da
Escola de Poesia Desencarnada no Instituto Naropa, o primeiro renomado colégio
budista do mundo ocidental.
Ficha
Técnica:
ISBN: 978-85-7679-837-8
Nº de Páginas:
616
Formato:
16x23
Preço R$ 79,90
Saiba mais sobre a
editora:
Twitter: @NovoSeculo
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